Parque D. Pedro II, um dos mais antigos espaços urbanos da cidade de São Paulo, inaugurado em 1922 e desenhado pelo paisagista francês Joseph Antoine Bouvard, com o tempo transformou-se no que de mais equivocado e deprimente pode ser imposto a uma cidade em nome do progresso. Na verdade, São Paulo perdeu um grande parque de lazer em benefício de um sistema viário vítima de opções de tráfego equivocadas.
Afinal, qual a importância deste espaço para a nossa cidade? Antes de tudo, um parque com esta dimensão assegura o desenvolvimento harmônico de uma cidade como espaço de convivência e traz o equilíbrio necessário para os dois espaços que dividem as áreas de qualquer grande metrópole: a privada e a pública.
A abundância e a qualidade dos espaços públicos são hoje mais do que nunca, o grande diferencial das metrópoles, o que faz algumas cidades serem mais humanas e produtivas que outras.
Dentre vários argumentos, coloco dois deles como essenciais para acreditar na importância deste parque ou parte do que ainda não foi desfigurado:
O primeiro deles é que o parque D. Pedro II existe na memória da cidade de São Paulo, e arrasá-lo é um crime que fere nossa história.
O segundo é simplesmente garantir o “lado humano” que as cidades vêm perdendo ao longo do tempo pelos espaços não coletivos privatizados. Resgatar a essência de uma cidade é ser inteligente com sua população e com o seu futuro sustentável.
A imagem que temos deste parque em nossas mentes se resume a uma enorme área intensamente ocupada por pistas de rodagem, terminais de ônibus e metrô, bem como enormes viadutos; sem falar na proximidade com a zona cerealista. Todos estes fatores fragmentam o espaço que há 50 anos foi motivo de cartão postal, lazer e contemplação.
A requalificação de grandes áreas centrais em decadência no mundo, são executadas por alguns elementos-chave, como operações urbanas de adensamento (moradia) e melhoria dos espaços públicos, dando-lhes novos usos para que possam ter vida, manutenção e uso correto pela população.
Por estes, e por outros motivos, traçar um plano de revitalização deste trecho da cidade, influi em todo o contexto histórico do parque. Na verdade, é apenas uma possível proposta de melhoria da vida urbana na área central.
Nesta proposta foram realizados diversos estudos, sempre levando como principal fator os espaços coletivos e os possíveis usos a serem destinados para cada setor. Discutindo assim, diferentes formas de uso e ocupação do espaço público.
Área Construída: 55,957 m²
Ano: 1999
Equipe /Orientador: Arq. Jon Andoni Vergareche Maitrejean