Enquanto alguns argumentam que essas tecnologias podem ser ferramentas valiosas para melhorar a experiência de aprendizagem, outros levantam preocupações sobre os possíveis impactos negativos que elas podem ter no ambiente educacional.
Na década de 70, o debate girava em torno do uso da televisão como ferramenta educacional nas salas de aula. Naquela época, as TVs eram consideradas um luxo e sua presença nas escolas era limitada. Hoje, no entanto, com o avanço da tecnologia, as TVs se tornaram comuns e, em muitos casos, até obsoletas quando comparadas aos modernos computadores, tablets e smartphones. O dilema sobre o uso dessas tecnologias na educação ganha novos contornos e continua sendo objeto de discussão constante.
O surgimento da chamada “Indústria 4.0”, que combina processos de manufatura com tecnologia de ponta, está provocando transformações significativas em diversas áreas, incluindo a educação. José Armando Valente, livre docente da Unicamp e pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação, destaca as possibilidades revolucionárias dessa fusão, que inspira mudanças na forma como ensinamos e aprendemos.
No entanto, é importante ressaltar que a simples presença de computadores modernos, conexões de banda larga ou smartphones não garante uma verdadeira Educação Digital. O cerne da questão reside na capacidade dos educadores e alunos de utilizar essas tecnologias de forma significativa e pedagogicamente intencional.
Essa mudança de paradigma também está impactando a cultura escolar. Passamos de um uso passivo das tecnologias, como simplesmente copiar textos em editores digitais, para uma abordagem mais ativa e interativa, onde os alunos são encorajados a explorar as infinitas possibilidades de criação e intervenção digital.
O papel da escola no uso da tecnologia é fundamental para adaptar as propostas pedagógicas, visando formar estudantes que não sejam apenas receptores passivos, mas sim produtores protagonistas e ativos em seu próprio processo de aprendizagem.
Quando um estudante é apresentado à resolução de uma equação de segundo grau no papel, o objetivo principal é encontrar os pontos em que a curva da equação corta os eixos. Este método tradicional, embora eficaz em muitos aspectos, pode ser complementado e enriquecido pelo uso da tecnologia. Ao incorporar ferramentas digitais, os alunos têm a oportunidade de visualizar graficamente as soluções da equação, explorar diferentes cenários e entender intuitivamente os conceitos matemáticos subjacentes.
Dessa forma, a escola desempenha um papel crucial ao integrar a tecnologia de maneira significativa em suas práticas educacionais.
Vamos explorar os pontos positivos e negativos dessa integração, primeiro, os pontos positivos:
Sempre buscar o equilíbrio é essencial quando se trata do uso da tecnologia, especialmente entre crianças e jovens. Orientar e compreender o uso do digital é fundamental para enriquecer suas experiências nesse ambiente, além de capacitá-los a utilizá-lo de forma consciente e responsável. Isso implica em ensiná-los a consumir informações de maneira crítica, expressar-se de forma responsável e participar ativamente da sociedade digital.
Para alcançar esse objetivo, é necessário o envolvimento de diversos atores, principalmente famílias e escolas, que desempenham papéis fundamentais na minimização dos riscos e maximização das oportunidades oferecidas pelo ambiente digital.
Estabelecer uma rotina que equilibre tempo e qualidade no uso de recursos digitais é crucial para manter crianças e jovens conectados, sem comprometer outras atividades importantes para seu desenvolvimento. Isso inclui garantir que haja tempo para interações sociais, atividades ao ar livre, leitura e outras formas de aprendizado não digitais.
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